Município de Mira: Explore! Viva! Sinta!

Viagem aos Sabores Tradicionais de Portugal
Próximo Destino: Município de Mira
13 de Março de 2025
Siga as nossas dicas e planeie os seus passeios pelo país! Saia com água na boca e volte saciado com a riqueza da Gastronomia Tradicional Portuguesa!
Os melhores produtos tradicionais, a melhor doçaria, as melhores especialidades e receitas. E ainda dicas de visitas e curiosidades locais!
Um guia atualizado de cada município para que possa planear o seu roteiro pessoal para fazer com a família ou com amigos, em qualquer altura do ano… sem restrições!

O Concelho de Mira, com uma superfície aproximada 123 km², plana ou ligeiramente ondulada, é dominada por uma cobertura arenosa de origem sedimentar recente, designada por “Areias da Gândara” e encontra-se coberta por uma frondosa floresta de pinheiro-bravo.
Um pouco mais de metade do Concelho está classificado de Sítio Rede Natura 2000 – Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas, um estatuto ambiental ao nível europeu para a protecção de habitats e de espécies específicas associadas e que inclui dunas, pinhais, lagoas e ribeiras.
O canal de Mira, na área de sapal do Areão de Mira, pertence à Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro, uma salvaguarda para a biodiversidade e protecção da avifauna.

Assim, quem passeia e usufruir das terras de Mira, sobretudo pela pista ciclopedonal, com cerca de 25km de extensão, apercebe-se das diferentes paisagens que atravessa: desde a orla costeira e dunas à enorme mancha verde formada pela floresta, passando por retalhados campos agrícolas, cursos de água e pelas duas lagoas de água doce que, em conjunto, criam um agradável cenário paisagístico. Estas diferenças traduzem-se em habitats distintos que acolhem dezenas de populações ímpares, onde flora e fauna coexistem.
Nesta região estão inventariadas 198 espécies de aves, 12 de peixes, 13 de anfíbios, 12 de répteis e 22 de mamíferos. Nas plantas, entre herbáceas, arbustivas e arbóreas, podemos encontrar 402 espécies florísticas. São estes mundos de escala menor que o convidamos a explorar!


Mira à Mesa, onde a tradição e o sabor se encontram

A 4ª edição do evento gastronómico Mira à Mesa decorrerá nos dois últimos fins de semana de março de 2025, nos dias 21, 22 e 23 e 28, 29 e 30, nos restaurantes aderentes. Este evento celebra a gastronomia como Património Imaterial da Humanidade, destacando-a como um património vivo e ativo, capaz de unir os saberes e sabores de forma harmoniosa, proporcionando uma experiência que envolve todos os sentidos: olfato, paladar, visão e tato.
A gastronomia, além de simbolizar a construção de identidades culturais, continua a ser um importante espólio cultural que oferece prazer e experiências únicas a quem a aprecia. Explorar e saborear os hábitos alimentares de uma região específica é uma forma de vivenciar o território, seja por turistas ou simples viajantes.

Com este propósito, o Município de Mira criou o Mira à Mesa, um evento que valoriza a gastronomia local e a restauração, destacando a sua importância enquanto recurso turístico e cultural. Esta iniciativa pretende:
- Preservar o património cultural, gastronómico e social da região da Gândara, através da defesa de antigas receitas e sabores locais;
- Divulgar a riqueza gastronómica e a qualidade dos produtos regionais;
- Qualificar a restauração local, potenciando-a como atrativo turístico;
- Promover Mira como destino turístico ao longo de todo o ano, mesmo em épocas de menor afluência.
Nos fins de semana de 21, 22 e 23, e 28, 29 e 30 de março de 2025, a Câmara Municipal de Mira convida todos a degustar a autenticidade da gastronomia gandaresa e a descobrir as tradições que fazem de Mira um destino único.
Gastronomia

A gastronomia típica da região da Gândara, entrelaçando tradições de uma zona rural, muito próxima da Bairrada, com uma zona ligada à Ria de Aveiro e delimitada pela costa marítima atlântica, divide-se numa variedade de produtos, sabores e paladares distintos, dignos de apreciação. Com heranças ligadas à agricultura e à pesca, a vida atarefada de gentes laboriosas e inteligentes, levou-as a criarem uma alimentação peculiar, baseada nos produtos endógenos que, com uma confeção simples, particular e eficaz, valoriza temperos e saberes herdados durante gerações.

Uma gastronomia, à base de produtos locais, garante a oferta de aromas e paladares genuínos e característicos, tais como: batata a murro, caldeiradas de peixe fresco e bacalhau, macarronadas de peixe, pitáu de raia, sardinha na telha, sarrabulho, favas à gandaresa, torresmos, grelos de nabo, arroz doce, filhós de abóbora, entre outros.
Estas iguarias podem ser degustadas em eventos de referência no calendário municipal, tais como o Mira à Mesa (últimos 2 fins de semana de março, nos restaurantes do concelho), a Feira dos Grelos da Região da Gândara (no 3º fim de semana de maio, em Carapelhos) e a Mostra Gastronómica da Região da Gândara (no 3º fim de semana de setembro, na Praia de Mira). Em ambiente festivo e em momentos de convívio ímpar, a mesa da região da Gândara será sempre um convite irrecusável.
Recentemente, a mesa “Da Bairrada ao Mondego” foi uma das vencedoras do concurso da RTP 7 Maravilhas à Mesa, e fez parte da Região Europeia da Gastronomia Coimbra 2021.

Caretos da Lagoa
TRADIÇÃO ANTIGA NO CONCELHO
Os caretos são foliões do sexo masculino que se fantasiam com roupas femininas coloridas e usam uma máscara de cartão, ornamentada de chifres e serpentinas, dependuram ao pescoço chocalhas e guizos. Aparecem em grupo, “atacando” as pessoas, especialmente raparigas solteiras, assustando-as.

É por altura do Entrudo que fazem a sua aparição. Antigamente, a saída dos Caretos realizava-se como uma espécie de ritual pagão, que traduzia a passagem dos rapazes à idade adulta. Por esse motivo só é permitido o uso das ‘campinas’ a homens, uma alusão à virilidade mas que baralha as pessoas já que recorrem também ao uso da saia vermelha, um misto entre o humano e o diabólico, o religioso e o profano.

Arte Xávega
Sendo uma atividade antiga, tem vindo a sofrer evoluções com o tempo, mas continua a ser uma verdadeira Arte no seu todo – barco, redes, trabalho, pescadores – representando, além de uma forma de vida, um atrativo turístico e um magnífico quadro ou espetáculo vivo para quem procura a Praia de Mira.
É uma forma tradicional de pesca em que, ainda hoje, os pescadores organizados por companhas, enfrentam a rebentação e vão ao mar num peculiar barco de madeira em forma de meia-lua para depois lançarem as enormes mas bem trabalhadas redes, cercando e trazendo para terra os cardumes.

Para puxar as redes para a praia contam com a ajuda de tratores, que vieram substituir as possantes juntas de bois que durante décadas ajudaram os pescadores a puxar barcos e redes. Logo depois dá-se o espetáculo da abertura do saco da rede, a descoberta da pescaria realizada e procede-se a uma minuciosa escolha das diversas qualidades de peixe que saltam e escorregam das mãos conhecedoras dos pescadores para as canastras da lota.
Para a pesca, diferenciam-se duas épocas no ano: de novembro a março, altura em que os homens, por razões do estado alterado do mar, ficam em terra a preparar as redes com a sua própria técnica; e de abril a outubro, quando se juntam cerca de 15 homens, alguns dos quais vão ao mar (normalmente 8), enquanto outros ficam em terra a estender as redes para o próximo lanço, a escolher o peixe do lanço anterior, entre outras tarefas.

ARTESANATO
O artesanato resulta do trabalho manual de artesãos criado, através de interação contínua, ao longo dos tempos.
Entre o artesanato mais antigo e característico desta zona destacamos os Abanicos de Penas, trabalhos em Madeira (Carros de Bois, Pipas), miniaturas de poços de engenho, as cabanas da palha, Esteiras, Latoaria, Cestaria de Vime, no entanto, o acessível de encontrar nos dias de hoje são as Miniaturas de Barcos, Miniaturas de Redes e as Miniaturas de Palheiros e Casas Gandaresas.
O que fazer

PISTA CICLOPEDONAL
A Pista Ciclopedonal do Concelho de Mira é um excelente meio para desfrutar da natureza e de alguns espaços culturais locais, possibilitando, igualmente, a prática de desporto num ambiente de qualidade. Quem passeia e usufrui das terras de Mira não deve deixar de andar ou pedalar pela pista, que ao longo de toda a sua extensão passa por praias, dunas, matas, lagoas, cursos de água, moinhos, entre outras atrações.
Desde a sua inauguração em 2000 a Pista Ciclopedonal é frequentada, durante todo o ano, por muitos habitantes e por inúmeros turistas nacionais e estrangeiros que se deslocam propositadamente a Mira para desfrutar desta infraestrutura de excelência. Após a integração na Rota da Costa Atlântica (integrada no EuroVelo – Rede Europeia de Ciclovias) a Pista Ciclopedonal do concelho de Mira passou a ter uma extensão de 38 Km, sendo considerada uma das maiores pistas cicláveis de municípios em Portugal, tal como a que possui um dos melhores valores ambientais, quer pelos diversos habitats, quer pela sua elevada biodiversidade.
O seu percurso atravessa diversos cursos de água, onde existem belas pontes de madeira, circunda as lagoas de Mira e a Barrinha da Praia de Mira, percorre à beira de caniçais, salgueirais, dunas, praias e uma frondosa floresta de pinheiros. Atentamente e nesses habitats pode-se observar diversos exemplares da flora e da fauna que incrementam o seu valor ecológico. Passa ainda por um interessante património sociocultural na sua envolvente: casas gandaresas, retalhados campos agrícolas e belos moinhos de água de rodízio no ativo. Junto à Pista, na margem poente da Barrinha, recomenda-se a visita ao Palheiro de Mira – Museu e Posto de Turismo da Praia de Mira e, na margem nascente da Lagoa de Mira, o Sitio do Cartaxo – Ecoturismo.

PERCURSOS PEDESTRES
O concelho de Mira possui um variado património rural com um conjunto de condições naturais e culturais que interessam valorizar e dar a conhecer. Por estas razões, os recentemente criados percursos pedestres do concelho de Mira, associados à prática do pedestrianismo, são uma aposta de forma a diversificar e potenciar o turismo, dando a conhecer o território e seu património.
Os seis percursos pedestres contribuem para fomentar o desenvolvimento sustentável e a conservação patrimonial. Totalizam cerca de 60Km de extensão e estão implantados por caminhos tradicionais rurais e florestais e, parcialmente, na pista ciclopedonal. São uma forma saudável e excepcional para conhecer o território e os seus valores ambientais, culturais e arquitectónicos. Cinco destes percursos estão interligados (excetuando o PR6 MIR), integrando a Rede de Percursos Pedestres de Interpretação do Património de Mira. Ressalva-se que a maioria do traçado dos percursos estar em área protegida de estatuto europeu: Sítio Natura 2000 – Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas e, a parte norte do PR5 MIR no Sitio Natura 2000 – Ria de Aveiro

LAGOAS
A Lagoa e a Barrinha da Praia de Mira fazem parte do Sítio da Rede Natura 2000 denominado Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas, classificado como área de interesse prioritário para a conservação da biodiversidade Europeia. A Lagoa e a Barrinha são pequenas lagoas abastecidas por cursos de água doce, pelo que são habitats extremamente sensíveis a alterações ambientais e contêm comunidades biológicas particulares, nomeadamente em relação à diversidade de libélulas e libelinhas.

Para além dos tradicionais passeios de gaivota ou de barca, a barrinha da Praia de Mira e a Lagoa permitem praticar desportos como o kitesurf, o Padel, o remo e a pesca. Em todo o seu redor, com toda a biodiversidade existente, estas zonas reúnem um enorme potencial para a realização de atividades de passeio e de práticas de birdwatching, fotografia e observação de espécies.
O que visitar
PRAIAS

PRAIAS MARÍTIMAS DE QUALIDADE AMBIENTAL E PARA TODOS
Com um extenso areal de areia fina, rodeadas por dunas e banhadas pelo Oceano Atlântico as praias do concelho de Mira são o convite perfeito para uns dias refrescantes durante a época balnear.
A PRAIA DE MIRA, a única zona balnear do Mundo com Bandeira Azul desde que foi iniciada a sua atribuição, em 1987 e a PRAIA DO POÇO DA CRUZ, também ela com Bandeira Azul desde 2007, são praias de excelente qualidade ambiental e que reúnem ótimas condições para a prática de vários desportos como o Bodyboard, o kitesurf, o Padel e o surf.

PRAIA DE MIRA
É uma zona balnear do tipo urbana, com bastante tradição e de intenso veraneio balnear. É a única zona balnear do Mundo com Bandeira Azul desde que foi iniciada a sua atribuição, em 1987.
Para o interior, o extenso areal é rodeado de dunas, frondosos pinhais e a bela lagoa da Barrinha. Pela excelência destas paisagens, estes locais integram as zonas de proteção europeia classificadas de Rede Natura 2000 e designada por: “Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas” – Sítio de Importância Comunitária.
Esta praia apresenta excelentes condições para a prática balnear e tem diversos serviços para os banhistas destacando-se: balneários, acessibilidades, chuveiros de praia, ecopontos de praia, postos de primeiros socorros, nadadores-salvadores e modernos equipamentos de bebidas e restauração.

PRAIA DO POÇO DA CRUZ
É uma zona balnear quase natural, do tipo não urbana, de moderado veraneio balnear e com ótimas condições para a prática balnear e desportiva, como o surf e o parapente.
Afastada da zona urbana, esta praia de extenso areal, tem para o seu interior dunas, pinhais, campos agrícolas e a ria de Aveiro. Todas estas paisagens encontram-se protegidas e classificadas de Rede Natura 2000 e designada por: “Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas” – Sítio de Importância Comunitária.
Esta praia apresenta diversos serviços destacando-se: chuveiros de praia, ecopontos de praia, posto de primeiros socorros, nadadores-salvadores e equipamentos de bebidas. Foi pela primeira vez galardoada com a Bandeira Azul em 2007.

PAINÉIS DE AZULEJOS
Ao lado do edifício dos Paços do Concelho, no centro da Vila de Mira, pode-se encontrar um conjunto de 13 paineis de azulejos pintados à mão. O conjunto é de composição figurativa, monocromática, em azul-cobalto sobre fundo branco, com temas representantes de cenas da vida piscatória e agrícola, bem como do património arquitectónico e paisagístico, respeitantes à região do Município de Mira no início do século XX.
JARDIM DOS VISCONDE
O jardim do Visconde da Corujeira, estrategicamente localizado no Coração da Vila de Mira, oferece o encanto e a magia de um espaço e possíveis trilhos com inúmeros significados, que importam descobrir e usufruir.
Foi outrora o Jardim particular da Casa do Visconde da Corujeira (Reinaldo Augusto Moreira da Costa e Silva – 1869-1953). Figura Mirense de prestígio, que aqui criou uma espécie de jardim exótico com plantas e animais sobre os quais ainda hoje se contam histórias (os ossos da Baleia, os pombos de rabo de leque, plantas e árvores raras, etc) e cuja presença se reflecte nas conversas diárias do nosso povo, para além da real existência de alguns exemplares botânicos com aproximadamente um século de idade.
Atualmente é um espaço verde público, onde as existências de uma mescla de espécies arbóreas originárias de diferentes partes do planeta desde os trópicos até à Zona Boreal tornam este jardim bastante curioso e agradável, destacando-se o maior exemplar: a Araucária de Norfolk (Araucária heterophyllal), com cerca de 26 metros de altura e 2,7m de diâmetro à altura do peito.
IGREJA MATRIZ DE MIRA
A Igreja Matriz de Mira, de construção datada de 1690 por ordem do Bispo João de Melo, sofreu profunda reforma já no século XIX, voltando a receber intervenções em 1972 e 1981.
De arquitectura religiosa, barroca e oitocentista, é um típico edifício provinciano do final de seiscentos, de planta longitudinal e paredes muito planificadas, reformado em oitocentos, destaca-se no interior os azulejos rococó. As pinturas do teto são setecentistas com retábulos de transição do século XVII/XVIII. Os azulejos e empena, bem como o segundo corpo da torre, são do Século XIX.

CAPELA DE Nª. SR.ª DA CONCEIÇÃO
Dedicada a Nossa Senhora da Conceição, a Capela da Praia de Mira foi mandada erigir em 1843 frente ao mar.
É um dos exemplos vivos da construção em madeira que, fruto da devoção religiosa e carinho dos pescadores, mantém a sua traça e localização original. É visitada e cuidada pelos pescadores e suas famílias que aí invocam proteção e agradecem graças concedidas, sobretudo nas vidas e lides ligadas ao mar que ainda hoje fazem parte da rotina desta vila.

ESTÁTUA DO INFANTE D. PEDRO REGENTE DO REINO / DUQUE DE COIMBRA / SENHOR DE MIRA (1392 – 1449)
O Infante D. Pedro, filho de Dom João I e de Dona Filipa de Lencastre, foi quem concedeu autonomia administrativa à Vila de Mira, em 12 de Julho de 1448, assim como diversos privilégios para fixar a população e desenvolver a localidade. No centro da Vila, entre Aveiro, Coimbra, Buarcos e o mar, local esse onde se entrecruzaram ao longo dos tempos as mais variadas facetas e manifestações da velha vida administrativa da região, encontra-se a primeira estátua a ser erguida no País em homenagem ao Infante. Da autoria do escultor Alves André, desde 1996 que representa o justo reconhecimento da autarquia e da população a uma figura que tanto relevo teve para as Terras de Mira.
MONUMENTO AOS MORTOS DA I GRANDE GUERRA MUNDIAL
Promovido por uma Comissão Executiva local, constituída por antigos combatentes da 1ª Grande Guerra, onde se destaca Maia Alcoforado, o Monumento encontra-se no Jardim da Vila de Mira em frente à Casa do Visconde e Igreja Matriz. Homenageia aqueles que morreram em defesa da pátria, na I Grande Guerra Mundial.

ESTÁTUA DO PESCADOR
Em lugar de destaque na Praia de Mira, em frente ao mar e junto à Capela de Nossa Senhora da Conceição, padroeira dos pescadores desta praia e “em homenagem à terra e gente da Praia de Mira” encontra-se a Estátua do Pescador, obra do escultor Alves André.
Representando as embarcações utilizadas nesta vila piscatória e toda a família do pescador, este é um monumento de homenagem a todos os Pescadores da Arte, homens orgulhosos da sua vida, da faina dura que aguentam, das mulheres que sempre os acompanham e do filho que representa um futuro de continuação.

MOINHOS DE ÁGUA
Os moinhos-de-água são marcos distintivos na paisagem rural e evidenciam a sabedoria e técnica popular no aproveitamento dos recursos hídricos. Testemunham a arquitectura tradicional de outrora e, nos campos agrícolas envolventes, sobressai o eterno ciclo agrícola – principalmente da cultura do milho, repleto de pequenos gestos e afazeres. É graças a alguns moleiros que os moinhos de água de Mira ainda teimam em laborar, integrando um valioso património sócio-cultural.
Os moinhos-de-água terão surgido em força logo após a introdução do milho como cultura dominante no concelho. Devido aos cursos de água abundantes e de um caudal regular a instalação de moinhos ao longo das valas e ribeiros aconteceu naturalmente. Para além da produção de farinha, quer de milho, trigo e centeio – para a produção do pão e broa de milho – os moinhos também foram utilizados no descasque do arroz e continuam a partir milho para os animais. Com o aparecimento das moagens eléctricas e das fábricas de rações para animais os moinhos artesanais caíram em desuso. Apesar da maioria se encontrar em ruínas, ainda alguns laboram ao longo de pequenas linhas de água.