Município de Esposende: Um privilégio da Natureza

Viagem aos Sabores Tradicionais de Portugal

Próximo Destino: Município de Esposende

19 de Março de 2025

Siga as nossas dicas e planeie os seus passeios pelo país! Saia com água na boca e volte saciado com a riqueza da Gastronomia Tradicional Portuguesa!

Os melhores produtos tradicionais, a melhor doçaria, as melhores especialidades e receitas. E ainda dicas de visitas e curiosidades locais!
Um guia atualizado de cada município para que possa planear o seu roteiro pessoal para fazer com a família ou com amigos, em qualquer altura do ano… sem restrições!

Esposende pertence ao distrito de Braga, sendo o único concelho com ligação ao oceano. É uma tira da costa litoral portuguesa, no eixo Atlântico entre Vigo e o Porto. Situa-se nas proximidades das cidades de Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Barcelos e Braga.

A ocupação humana na área do atual Concelho de Esposende é muito antiga, havendo testemunhos arqueológicos que remontam a uma pré-história de que apenas restam os artefactos de pedra ou de cerâmica. As indústrias dos metais estão também presentes na arqueologia da região, e a ocupação romana é conhecida por via arqueológica e documental. Assim também para os reinos bárbaros e para a Idade Média.

A época das grandes navegações atlânticas foi significativa para Esposende, e os povos clamaram ao Rei, repetidas vezes, por privilégios que lhes tardavam em chegar. Por isso a data de 1572 tem tanto eco na memória coletiva de Esposende: D. Sebastião elevou a Vila o então “lugar”, criando o Município que hoje subsiste.

À tradicional indústria da extração do sal, e à agricultura e pastorícias coevas, juntou-se, na era das navegações, a construção naval e o comércio marítimo. O ouro do Brasil também chegou a Esposende, e, mais tarde, daqui partiram alguns para regressarem depois como “brasileiros de torna viagem”. Não é de estranhar que a riqueza patrimonial tenha uma marca forte desses séculos, posteriores ao XVI.

Num concelho que concilia todas as vertentes da natureza, Esposende tem para oferecer extensos areais e dunas, pinhais e zonas florestais, montes e arriba fóssil, rios e mar, tudo enquadrado num equilíbrio dinâmico e que permitem afirmar: “Esposende, um privilégio da natureza”.

O estuário do Cávado e sapal que lhe está associado, apresentam-se como um local estratégico para as aves migratórias que procuram nestas paragens um refúgio para o frio dos invernos mais rigorosos do Norte e Centro da Europa. O rio Neiva e suas águas límpidas, o verde do pinhal de Ofir e as vistas deslumbrantes que os diversos miradouros oferecem sobre Esposende, são apenas alguns dos motivos de interesse do concelho em que a riqueza da paisagem natural e do património construído pela mão humana, como são o caso dos moinhos de ventos, os campos em masseira, as azenhas e os castros, conjugam-se numa harmonia única, constituindo paisagens de elevado valor cénico e ambiental e que confirmam Esposende como um dos mais belos concelhos da região Norte.

Esposende Celebra os Autênticos Sabores do Mar em Março

Em março, Esposende convida a descobrir os verdadeiros Sabores do Mar. Durante um mês, 45 restaurantes e 24 pastelarias apresentam pratos autênticos que exaltam a gastronomia atlântica. Entre eles, dez restaurantes participam no concurso gastronómico “Março com Sabores do Mar”, já na sua 21.ª edição.

Aqui, a comida conta histórias. Sabemos de onde vêm os produtos e valorizamos quem os cultiva e pesca, preservando tradições passadas de geração em geração. Assim nasce mais uma edição do “Março com Sabores do Mar”, evento que destaca os melhores pratos de peixe e marisco, além de uma irresistível seleção de doçaria e vinhos locais.

Este ano, o evento alia-se ao Laboratório de Investigação e Sustentabilidade Alimentar (LISA), do Politécnico do Cávado e do Ave.

“plantas marítimas e halófitas”, COM ELINA STOLDE

No dia 15 de março, no estuário do Rio Cávado, pode conhecer melhor “plantas marítimas e halófitas”, numa ação coordenada por Elina Stolde, da “Gata da Mata – Wild Food” que, no dia 29 de março, na praia de Apúlia, dá a explorar algas comestíveis.

Com uma identidade forte e enraizada, o evento promove uma gastronomia sustentável, baseada em produtos locais de alta qualidade, como peixes e mariscos frescos, hortícolas, laticínios, vinhos, pão e doces tradicionais.

Experiências gastronómicas imperdíveis

A programação mantém a presença física e digital (msm.visitesposende.com/2025) e inclui atividades interativas na cozinha móvel.

– Workshops de cozinha com a Chef Graciela Macedo (Chef Grace) – Dias 2 e 23 de março.

– “Salvar o Planeta à Mesa”, com o Chef Emídio Concha de Almeida – Reflexão sobre desperdício alimentar, celebrando o Dia Internacional da Mulher com uma oferta especial.

– “Snack Mar” – Homenagem aos petiscos do mar, apresentada pela Escola Profissional de Esposende (16 de março) e pelo Politécnico do Cávado e do Ave (30 de março).

– “Street Fish Food” – Nos dias 19 e 22 de março, a Docapesca promove a gastronomia atlântica junto das escolas e da comunidade em geral.

Concursos que valorizam os jovens talentos e a sustentabilidade como:

– “Jovem Gastrónomo dos Sabores do Mar” – Desde 2009, desafia alunos do Curso de Cozinha da Escola Profissional de Esposende a criarem pratos inovadores. Acontece a 12 de março.

– “Fish Chefe” – Motiva o consumo de peixe nas cantinas escolares. Decorre no LISA/IPCA de 31 de março a 4 de abril.

– “Receitas a Olho” – Pelo terceiro ano consecutivo, homenageia a sabedoria das nossas avós, com a presença da carismática “Vovó Zuzu”.

Sustentabilidade e reflexão sobre a gastronomia atlântica

O II Seminário Internacional de Gastronomia Atlântica marcará o lançamento da publicação com as comunicações do evento anterior.

Além disso, a campanha contra o desperdício alimentar incentiva os clientes a levarem para casa o que sobra das refeições, com embalagens fornecidas gratuitamente pela autarquia, no âmbito da campanha “Leva-me contigo”. A restauração local adere assim a uma prática mais ecológica e socialmente responsável.

Programação Cultural e Exposições

– Exposição “Vizinhos Selvagens” – Fotografias de Carlos Palma Rio, de 1 a 31 de março, no Museu do Sargaço, em Apúlia. A mostra inclui um recurso especial para que pessoas daltónicas possam ver as cores corretamente.

– Exposição “Uma Viagem pelos Nossos Tesouros” – Trabalhos dos utentes do CATL da Santa Casa da Misericórdia de Esposende, no Centro de Informação Turística, de 1 a 31 de março.

– Espetáculo “Além-Mar” – No dia 9 de março, no Auditório Municipal de Esposende, um evento imersivo que une música, literatura, pintura e degustação de gastronomia atlântica.

– Workshop de Pastelaria Infantojuvenil – No LISA, dia 1 de março, com Sónia Costa, para jovens entre 8 e 16 anos.

– Ações de capacitação e cozinha sustentável (no Centro de Informação Turística de Esposende):

– 5 de março – “Harmonização Ideal: Vinhos Portugueses e Pratos de Marisco”.

– 7 de março – “Sabores do Mar e Técnicas de Cozinha Sustentável”.

– 13 de março – “Criação de Experiências Gastronómicas na Restauração”.

– 14 de março – “Turismo Gastronómico e Enoturismo: Potencial de Valorização Local”.

Visita ao Museu Marítimo – No dia 2 de março, uma viagem pelas tradições piscatórias de Esposende.

Venha Saborear o Melhor da Gastronomia Atlântica!

A 26.ª edição do “Março com Sabores do Mar” promete experiências gastronómicas inesquecíveis, onde a tradição e a inovação se encontram à mesa.

Prepare-se para um mês repleto de sabores autênticos, cultura e sustentabilidade. Não perca esta oportunidade de descobrir o melhor do mar em Esposende.

Sabores de Esposende

O charme, a característica hospitaleira do nosso povo e a qualidade dos produtos locais irão proporcionar-lhe uma experiência gastronómica única. Com localizações privilegiadas e uma gastronomia que se distingue pelos sabores memoráveis, os restaurantes do concelho reúnem as condições perfeitas para que tenha uma refeição muito especial.

Polvo

O polvo faz parte da tradição gastronómica portuguesa, constituindo um alimento rico em nutrientes e proteínas, minerais e vitaminas e sobretudo, em iodo.

Restaurantes

A riqueza, a originalidade e a diversidade da gastronomia lusa são objeto de culto e uma mais-valia para os turistas que nos visitam

Vinhos Verdes Atlânticos

O concelho de Esposende, pertencendo à grande região demarcada dos Vinhos Verdes e à sub-região do Cávado revela algumas particularidades que importa destacar.

Pão e Doces

A pastelaria e a doçaria regional detêm, cada vez mais, uma valiosa importância no domínio do património gastronómico de cada região, sendo um verdadeiro marco identitário da população local.

Lampreia

O estuário do rio Cávado é um local privilegiado para a pesca de espécies migradoras como a lampreia marítima (Petromyzon marinus).

Robalo

Robalo é uma espécie que existe em abundância na nossa costa e que, mediante a “Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais”, encontra-se salvaguardada do risco de extinção.

Quintas

É inquestionável, turisticamente, a importância da gastronomia e dos vinhos como fator diferenciador da nossa oferta turística. Conheça os produtores locais da região, a história de cada uma das suas Quintas e as respetivas técnicas usadas na produção vinícola.

Doçaria Tradicional

A gulosa doçaria tem como ícone principal as Clarinhas de Fão, cuja massa fina e estaladiça polvilhada de açúcar em pó envolve o recheio de chila, não esquecendo outras iguarias como as conceituadas cavacas e os folhadinhos.

Energize-se com a “atlanticidade” do nosso Território!

Rede municipal de percursos pedestres

Entusiasme-se e parta à descoberta dos percursos pedestres recheados de valores naturais e culturais, da orla marítima ao interior do concelho, integrados na Rede Municipal de Percursos Pedestres, poderá vislumbrar o concelho através das nossas inúmeras e diversificadas sugestões.

PR1 – Trilho entre o Neiva e o Atlântico

PR2 – Trilho da Natureza: entre o Cávado e o Atlântico

PR3 – Trilho das Cangostas

PR4 – Trilho das Azenha de Antas

PR5 – Pela Arriba Fóssil

PR6 – Castro de S. Lourenço

PR7 – Caminho dos Mareantes

PR8 – Caminho da Memória

PR9 – Caminhos da Fé

PR10 – Margens do Neiva

PR11 – Entre Vales e Quintas

PR12 – Trilho das Masseiras

PR13 – Gemeses: Terra de Passagem

Parque Natural do Litoral Norte

Na faixa da plataforma litoral o Parque Natural do Litoral Norte caracteriza-se pela sua beleza paisagística. Os 16 quilómetros de costa escondem algumas das mais bonitas paisagens de Portugal, dignas de fotografar ou pintar, retendo assim a imagem no tempo.

Esta área protegida, criada em novembro de 1987, mereceu a requalificação para Parque Natural em julho de 2005. A defesa da orla litoral do urbanismo desordenado e a preservação dos valores naturais foram fatores preponderantes na sua classificação, estando esta área também incluída no Sítio “Litoral Norte” da Rede Natura 2000. O Parque Natural surge como meio de compatibilização entre o desenvolvimento sustentável e a conservação dos Recursos Naturais, não pretendendo este interditar o uso deste território, mas antes estabelecer as regras e os mecanismos para a sua correta utilização. Entre a foz do Neiva e a Apúlia, a faixa litoral é constituída por um cordão de praias e dunas a que se associam recifes, os pequenos estuários dos rios Cávado e Neiva, manchas de pinhal, uma paisagem rural salpicada por vários aglomerados populacionais e área de recente urbanização.

A cidade da Foz do Cávado

Parta à descoberta das inúmeras belezas que a cidade tem para si.

A igreja da Misericórdia faz parte de um complexo de edifícios que inclui também a Casa da Misericórdia, cuja confraria foi instituída em 1595. No interior da Igreja da Misericórdia, está construída a Capela do Senhor dos Mareantes. Trata-se de uma Capela de características excepcionais, classificada como Monumento Nacional.

A igreja matriz é um edifício de meados do século XVI, como muitos dos monumentos de Esposende.

O pelourinho de Esposende trata-se de um interessante exemplar deste símbolo do poder concelhio, da autonomia dos homens livres de servidões ou laços senhoriais.

O Museu Municipal está instalado num edifício dos princípios do século XX, à época o Teatro-Club de Esposende, que saiu do traço do arquitecto Ventura Terra.

O Museu Marítimo funciona num edifício de 1906, que acolhe igualmente a Estação de Socorros a Náufragos de Esposende.

O forte de S. João Baptista ergue-se junto à foz do Cávado, no limiar do rio e do mar.

A reunião do rio Cávado como Mar é um espetáculo que merece algum tempo de observação e de enlevo… O Rio vai-se espraiando no estuário, numa curva lenta em direção ao Atlântico.

Fão e Ofir

O casco histórico da vila de Fão reflete, por um lado, uma época em que a construção naval e as descobertas marcavam a história do nosso país e, por outro, o gosto dos brasileiros torna-viagem de regresso à terra natal.

A ligar a estrada real, sobre o Cávado, nas Vilas de Fão e Gandra, surge-nos uma bela construção em ferro, com cerca de 267 metros, da autoria do Eng. Reynaud, cujo projeto saiu das mãos de Abel Maria da Mota, em 1891.

Fundeados cerca de 15m no rio Cávado estão os 7 pilares em alvenaria que suportam os 8 tramos do tabuleiro, cada um com cerca de 38m. Inicialmente o tabuleiro era em madeira e com o aumento da circulação teve de ser reforçado e sua estrutura alterada por materiais mais resistentes.

Foi assim batizada em 1892 em homenagem ao filho primogénito do Rei D. Carlos e a Rainha D. Amélia.

 

A Igreja do Bom Jesus de Fão, é um edifício dos inícios do século XVIII, como bem mostra o seu estilo, típico dos santuários de peregrinação.

A igreja da misericórdia é de traça renascentista, e data de finais do século XVI. Aproveite o momento e visite o Museu de Arte Sacra da Igreja da Misericórdia, mesmo ao lado.

A praia de Ofir é uma beleza! A areia é finíssima, a exposição solar não podia ser melhor, as dunas são um convite a passeios a perder de vista…

E o pinhal de Ofir também não desilude! Os grandes pinheiros mansos dão uma sombra bem-vinda nas horas de maior calor, e o ondular suave das dunas monta um pinhal que sem ser monótono, convida à tranquilidade…

O Facho da Senhora da Bonança é um edifício do século XVI, construído em cantaria.

Ao lado, encontra-se a Capela da Senhora da Bonança onde os homens do mar vinham pedir proteção para a atividade piscatória e as viagens marítimas.

Apúlia terra de Sargaceiros

Em Apúlia, para além do sal e do pescado, a exploração do sargaço foi uma das atividades agro-marítimas de maior expressão.

A praia da Apúlia, hoje, é conhecida principalmente como zona de veraneio. No entanto, a baía, dadas as suas boas condições naturais, foi usada desde a presença romana na Península. Quando as deslocações a banhos, para as praias, entraram nos hábitos quotidianos, a praia da Apúlia ganhou fama pelos elevados níveis de iodo registados. Atualmente, pela excelência da baía, a praia da Apúlia continua convidativa para uma temporada de férias voltada ao Atlântico.

Os moinhos de vento desta praia são um dos motivos de interesse para visitar. São moinhos construídos em granito e xisto, de planta circular e formato cónico, de forma a aproveitar da melhor forma o vento disponível. Atualmente estes moinhos perderam a sua função original.

Em Apúlia, para além do sal e do pescado, a exploração do sargaço foi uma das atividades agro-marítimas de maior expressão. Testemunho de uma época em que a recolha desse produto era uma faina importante são as barracas, montadas directamente sobre a duna, e onde eram guardados os utensílios da apanha. O sargaço, recolhido de Junho em diante até ao final do ano, e seco ao sol, era empregue como fertilizante orgânico das terras.

Em termos de edifícios religiosos relevantes, destaca-se a igreja paroquial, de finais do século XVII.

São Lourenço e o planalto megalítico de Vila Chã

Este povoado da Idade do Ferro está situado numa das várias elevações que formam a arriba fóssil paralela à faixa litoral. Localizado no monte de S. Lourenço a 200m de altitude, a sudoeste do planalto de Vila Chã, foi ocupado desde o Calcolítico (III milénio a.C.) e, continuamente, a partir do séc. V a.C. até ao séc. V/VI d.C. Após um período de abandono, retoma vida na Idade Média, desde o séc. XII até ao séc. XIV, com a construção de um pequeno castelo.

A lendária Barca do Lago

O Cavado aqui é largo… com águas tranquilas e espraiadas pelas margens baixas, parece um lago, realmente.

Este era um dos melhores locais de passagem do rio, desde os remotos tempos romanos, passando pelos medievais, em que peregrinos em romagem se deslocavam para Santiago de Compostela.

Para tal, a “barca” ligava as duas margens num vai-e-vem constante, conforme havia gente para atravessar. Em ambas as margens havia barqueiros, que atendiam aos pedidos dos viajantes, de qualquer condição social. Mas este “lago” não favorece a região apenas com um bom ponto de passagem do rio. As águas limpas e correntes são férteis em peixes, e a pescaria sempre aqui foi abundante e proveitosa. O local é tão aprazível que as casas nobres aqui se fixaram como o Solar dos Gayos ou ainda o Solar dos Machados.