Município de Barcelos: Cidade Viva e Criativa

Viagem aos Sabores Tradicionais de Portugal
Próximo Destino: Município de Barcelos
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Os melhores produtos tradicionais, a melhor doçaria, as melhores especialidades e receitas. E ainda dicas de visitas e curiosidades locais!
Um guia atualizado de cada município para que possa planear o seu roteiro pessoal para fazer com a família ou com amigos, em qualquer altura do ano… sem restrições!
Cidade Viva e Criativa.
Cor, movimento, vida e cultura. O concelho de Barcelos é um exemplo de proactividade e uma combinação perfeita entre tradição, inovação e modernidade. Detentor de uma beleza única, a arte, a história, e, sobretudo, as pessoas fazem de Barcelos um espaço ímpar e único que se destaca por isso mesmo do contexto Minhoto onde se insere!
Próximo de grandes centros, Barcelos, afirma-se como um dos concelhos mais empregadores em Portugal na indústria de transformação. Pólo de excelência têxtil tem neste sector um dos principais argumentos de empregabilidade, absorvendo quase metade da população activa, embora o calçado, a agricultura, a cerâmica e o turismo tenham também um peso importante no concelho.
Detentor de referências de identidade nacional e regional, como é o caso do Galo de Barcelos, a feira Semanal, a Rosa Ramalho e o artesanato, nem por isso ficou preso a estas marcas e evolui tornando-se numa cidade jovem, dinâmica e viva, onde a inovação é uma realidade.

Gastronomia Tradicional e Contemporânea.
Os produtos da terra fundem-se numa panóplia diversificada de propostas gastronómicas que enchem a vista e retemperam apetites mais exigentes. De geração em geração, a gastronomia tradicional evidencia a riqueza de Barcelos, o saber das suas gentes, ora ‘temperado’ pelos sabores agrestes dos ventos atlânticos e das brisas do Cávado, ora modelado pelos ares da serra minhota. O coração do Minho está aqui refletido num vasto leque de ofertas de uma cozinha de festa, de tradição, de história e devoção espelhada nas iguarias como o bacalhau, a lampreia, o polvo, os rojões, as inconfundíveis e únicas papas de sarrabulho à moda de Barcelos, o arroz pica no chão, o cabrito assado, a vitela assada, o cozido e, claro, o galo assado à moda de Barcelos que rememora a Lenda do Galo e traz à mesa o cerimonial, a história e o simbolismo dos caminhos de Santiago. Esta é a gastronomia emotiva que transmite saberes e práticas ancestrais. Na cozinha de autor cruza-se a tradição gastronómica, um espaço de inovação com incursões criativas. Seja qual for a abordagem, à mesa, impõe-se um verde da Região de Barcelos e um incontornável encontro com a casta Loureiro.
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O que visitar.
Fundada em carta de foral de 1166-1167 por D. Afonso Henriques, a “Villa” Real de Barcelos acabou por ser elevada a cidade em 1928. A posição estratégica do burgo nas margens do Cávado e a proximidade à estrada medieval que ligava o Porto a Ponte de Lima proporcionaram o rápido povoamento e consequente dinamismo económico. Os poderosos do reino sentiram-se desde logo atraídos pela região. D. Dinis delimitou o Condado de Barcelos, entre o Lima e Ave. A “Vila” Condal passa mais tarde a Ducal, quando nela se enraizava já a sua mais nobre casa aristocrática – a dos Braganças. Os condes de Barcelos foram igualmente figuras importantes da Corte Portuguesa pela consolidação do núcleo urbano da vila, caso da construção da ponte sobre o Cávado (1325-1330), a ampliação da Igreja Matriz (1340), a construção do Paço dos Condes e das muralhas da vila (1406-1420).
A partir do século XVI, a dinâmica populacional e económica da vila sofre um impulso.
O Milagre das Cruzes (1504) e a construção do Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz (1705-1710) foram marcos históricos importantes na região. Também a estrada medieval era tão importante, que hoje Barcelos é, ainda, um ponto de passagem obrigatório para os peregrinos do Caminho Português a Santiago de Compostela.

Torre Medieval de Barcelos
A Torre da Porta Nova ou Torre Medieval é um edifício do início do século XV, feito em granito, de base quadrangular, com cerca de 20 metros de altura e paredes com cerca de 2,36 metros de largura. A sua construção foi ordenada por D. Afonso, 8º Conde de Barcelos e 1º Duque de Bragança, e junto com mais 2 torres, faziam parte da muralha que delimitava a dimensão da vila medieval.
Em 1630 deixou de exercer a sua função original, passando a servir de prisão da vila, apenas para homens, até 1932. Em 2013, a Torre Medieval ganha novas valências e foi adaptada a novas realidades de fruição turística e dinamização do património. Nesta nova configuração destacam-se as novas funcionalidades de acesso, tais como, o elevador panorâmico com acesso até ao 3º piso, o miradouro sobre a cidade, a loja de produtos artesanais, o piso infantil e a obra de arte que é a nova escadaria do edifício que une todos estes espaços.

Templo do Bom Jesus da Cruz
Palco central da tradicional Festa das Cruzes (3 de maio). A sua origem está relacionada com o aparecimento misterioso de uma cruz de terra negra no chão barrento do Campo da Feira, em dezembro de 1504. O templo atual abriu ao culto em 1710. Edifício de cúpula e planta centrada com o espaço interior disposto em cruz grega, da autoria do arquiteto João Antunes. Destaca-se o altar-mor de talha dourada barroca e o altar do lado do Evangelho onde figura uma imagem do Senhor da Cruz adquirida, segundo a tradição, na Flandres em 1505.

Cruzeiro do Galo
No interior do Museu Arqueológico encontra-se este cruzeiro alusivo ao milagre de S. Tiago.
Este cruzeiro estilisticamente popular e arcaizante, descreve iconograficamente a sobejamente conhecida lenda oitocentista do senhor do galo, o mais conhecido milagre de S. Tiago, quando a inocência de um alegado criminoso foi provada pelo cantar de um galo assado que o juiz se preparava para comer. Na parte da frente do padrão pode-se observar um homem com uma corda bamba amarrada ao pescoço, amparado pela figura de S. Tiago. Na face oposta, em cima, a lua e o sol, com a figura de Nossa Senhora e S. Bento. O cruzeiro é rematado por uma cruz com Cristo crucificado.
Igreja de Nossa Senhora do Terço
Faz parte do antigo convento de freiras beneditinas, mandado edificar pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles, em 1707. De arquitetura exterior simples, possui um interior riquíssimo. De uma só nave, com capela-mor de estilo barroco. Possui um exuberante púlpito de talha dourada e policromada. Destacam-se ainda as paredes revestidas a azulejos azuis e brancos historiados, dos inícios do século XVIII, formando um conjunto com medalhões figurados e legendados, e, finalmente, o teto é constituído por magníficos caixotões que ilustram a vida de S. Bento.

Igreja Matriz
A sua construção iniciou-se na segunda metade do século XIV, foi ordenada por D. Pedro, o 3.º Conde de Barcelos, cujas armas estão gravadas nas arquivoltas do portal principal. É um edifício com cariz de transição do românico para o gótico. É um dos expoentes máximos da arquitetura românica no norte do país, alvo de grandes transformações ao longo dos séculos XV a XVIII. No século XX foi-lhe restituída a rosácea. No lado sul da sua fachada possui uma torre sineira que data do século XVIII. Está classificada como Monumento Nacional desde 1927.
Largo do Apoio
Terá sido o primeiro largo do “burgo” com traço do urbanismo medieval da cidade de Barcelos. No seu centro, um chafariz de tradição renascentista (1621) atribuído a João Lopes; à sua volta, a Casa dos Carmonas, a Casa do Alferes Barcelense e a Casa do Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira.

Museu de Olaria
O Museu de Olaria ocupa o edifício da antiga “Casa dos Mendanhas Benevides Cyrne”, situado em pleno centro histórico da cidade. Foi criado em 1963 e abriu ao público em 1995. Integra a Rede Portuguesa de Museus (Instituto dos Museus e da Conservação) desde o ano 2000. O seu acervo, que conta atualmente com cerca de 10 000 peças, é constituído essencialmente por coleções de cerâmica portuguesa fosca e vidrada (de norte a sul) e estrangeira (de Angola, Argélia, Brasil, Timor, Chile, Espanha e Cabo Verde). Tem como missão a aquisição, a investigação e a divulgação desse importante património olárico, bem como, a sua preservação. Poderá apreciar peças de louça preta, louça vermelha fosca, louça vermelha vidrada e figurado.
Paço dos Condes de Barcelos
É um paço característico dos fins da Idade Média, de estilo gótico, construído na primeira metade do século XV, por ordem de D. Afonso 8.º Conde de Barcelos, 1.º Duque de Bragança. O Museu Arqueológico foi aí instalado no início do século XX. Está classificado como Monumento Nacional desde 1910.

Ponte Medieval
É uma edificação Gótica em Pedra do início do séc. XIV (1325/1327), composta por cinco arcos, em que o central é mais alto, retratando a tipicidade das pontes da época. Faz a ligação entre Barcelos e Barcelinhos, apresentando grande importância estratégica para a cidade e passou a ser um ponto de passagem cada vez mais frequente principalmente para os peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela.
Por baixo da ponte, passa o Rio Cávado que tem a sua nascente na serra do Larouco em Montalegre e desagua em Esposende. É um rio caracterizado pelo seu caudal baixo, e por isso a sua travessia era possível com bois ou a pé perto da curva da fonte de baixo. Neste rio também nascem e vivem diversas variedades de peixes, sendo elas, a lampreia, as bogas, os escalos, as enguias, o sável e o salmão que são verdadeiras iguarias tradicionais nas mesas dos barcelenses.
Câmara Municipal Barcelos
Este edifício é o resultado de uma série de anexações, reformas e acrescentos a partir do núcleo dos velhos Paços do Concelho, a que a grande remodelação e ampliação iniciada em 1849 procurou dar uma certa unidade. Aglomera o antigo Hospital do Espírito Santo, que serviu de posto de assistência dos peregrinos a Santiago de Compostela /gafaria (fonte de baixo, onde se banhavam no rio), e a antiga Capela de Santa Maria, ambos do século XIV. A Torre e Casa da Câmara, são do século XV e a Igreja da Misericórdia do século XVI. Existe ainda marcas de uma sinagoga, nos arcos góticos, que posteriormente deu origem à igreja da misericórdia.

Feira semanal de Barcelos
Nenhuma visita ao norte de Portugal ficará completa sem a passagem por uma feira e a Feira de Barcelos é, seguramente, a feira das feiras de Portugal.
A feira de Barcelos tal como a conhecemos hoje é o resultado de um processo evolutivo sofrido ao longo de vários séculos, apesar das suas origens incertas, crê-se que se realizasse já no século XIII, numa altura em que os cereais se avaliavam pela “medida de Barcelos”.
Atualmente, trata-se de uma feira tradicional, marcadamente rural que privilegia a venda de produtos agrícolas locais e está ligada à venda de produtos artesanais, artes e ofícios populares como as louças de Barcelos, galos, trabalhos em madeira, linhos e bordados, olaria, tecelagem, talha de madeira e forja de ferro, entre outros. Se visitar a Feira de Barcelos não hesite em fazer parte do movimento e da cor e teste a sua arte de negociar e regatear! Aos primeiros raios de sol e antes que o galo comece a cantar… reserve o dia para participar e viver um evento semanal que une a cidade!
Por isso, se estiver em Barcelos a uma quinta-feira não deixe de visitar a Feira, facilmente sentirá o burburinho e uma cidade a pulsar de vida com gentes locais, visitantes e feirantes a fluir ao Campo da República (conhecido como o Campo da Feira).
Onde dormir.
Barcelos possui dezenas de Unidades de Alojamento distribuídas ao longo do território, nas mais diversas categorias, desde a Hotelaria Clássica, Estabelecimentos Hoteleiros, Empreendimentos de Turismo de Turismo de Habitação, Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural, até às Unidades de Alojamento local e Hostels. Em comum, a tradição de bem receber e a hospitalidade típica das gentes de Barcelos e do Minho. Do conjunto destaca-se a modernidade, a inovação, a criatividade, a tematização e o artesanato local. Em termos de conceito decorativo, a rusticidade com conforto das unidades localizadas no Mundo Rural e, naturalmente, a comodidade e o acolhimento de excelência como marcas maiores.
São portas abertas para experienciação de um território histórico, vivo e criativo como é o da cidade criativa da UNESCO – Barcelos
Galo Assado à Moda de Barcelos.
Ingredientes: galo caseiro; toucinho; batatas; sal; cebolas; laranja; alho; alecrim; louro; colorau; Vinho verde; azeite.
Preparação: Limpar o galo, retirar os miúdos e temperar no dia anterior com cebola, alecrim, colorau, alho, louro, e vinho verde. Juntar os miúdos, o chouriço e o toucinho e picar tudo, formando uma pasta para recheio do Galo. À parte, preparar uma assadeira com rodelas de cebola e azeite. Colocar o galo já recheado e as batatas. Levar ao forno para assar durante 3 horas. Acompanhar com arroz e grelos cozidos e salteados em azeite e alho (ou outros legumes e frutas da época).

A lenda do Galo.
Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém acreditou que o galego se dirigisse a Santiago de Compostela, em cumprimento de uma promessa, e que fosse ferveroso devoto de Santiago, S.Paulo e Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca. Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado que, nesse momento, se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa, exclamando: “É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”. Risos e comentários não se fizeram esperar mas, pelo sim pelo não, ninguém tocou no galo.
O que parecia impossível tornou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidou das afirmações de inocência do condenado. O juiz correu à forca e viu, com espanto, o pobre homem de corda ao pescoço. Todavia, o nó lasso impedia o estrangulamento. Imediatamente solto foi mandado em paz. Passados alguns anos, voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor a Santiago e à Virgem.