Município de Aljezur: O Coração da Costa Vicentina

Viagem aos Sabores Tradicionais de Portugal

Próximo Destino: Município de Aljezur

20 de Novembro de 2023

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Em tranquila harmonia com a natureza.

Aljezur situa-se no noroeste do Algarve, e confina com os concelhos de Odemira, a Norte, Monchique e Lagos, a Este, Vila do Bispo, a Sul, e com o Atlântico, a Ocidente. É composto pelas freguesias de Aljezur, sede do concelho, Odeceixe, Rogil e Bordeira.

Banhado por 40 quilómetros de oceano e inserido na área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Aljezur representa um lugar privilegiado de encontro com a natureza. Com uma área de 323 km2, possui admiráveis paisagens proporcionadas pela altas arribas, areais cercados pelo verde das serras e um clima mediterrânico de influência marítima.

Este é um concelho tradicionalmente rural, sendo a agricultura e a pesca as principais actividades. As principais culturas são a da famosa Batata-doce de Aljezur (produto com Indicação Geográfica Protegida), o milho, as leguminosas secas, o amendoim e a vinha. Na pesca destacam-se o sargo, a dourada e o robalo. O percebe, um marisco com um inconfundível sabor a mar, é um dos seus produtos de referência.

Sendo uma das regiões melhor preservadas do país poderá desfrutar, para além das únicas e deslumbrantes paisagens, de ribeiras e estuários de águas cristalinas, de praias selvagens e de um ecossistema bastante equilibrado, entre o mar, as falésias e as zonas mais a interior, nas vertentes das serras de Monchique e Espinhaço de Cão.

A oferta turística é variada e inclui, entre diversas opções, convidativos turismos rurais e deliciosas propostas de passeios pedestres, de bicicleta ou de burro, onde o contacto com a natureza e a interpretação ambiental são uma constante.

Paraíso dos pescadores e dos surfistas, assim como dos amantes da natureza, é também o local ideal para umas férias em família, na tranquilidade e conforto que as gentes de Aljezur tão bem sabem oferecer.

A história: da cultura mirense aos nossos dias.

Vestígios do passado pré-histórico atestam a importância deste concelho para a cultura mirense (7000 anos a.C. – final da Idade Glaciária). Sendo povos nómadas, caçadores/recolectores, caçavam e apanhavam mariscos do mar com os seus machados rudimentares, assim como escavavam a terra à procura de tubérculos ou raízes, constituindo esta a base da sua alimentação. Também da pré-história surgem vestígios atribuídos ao período Neolítico Final/Calcolítico (3000-2500 anos a.C.) e à Idade do Bronze (1200-900/800 anos a.C.). No entanto, é do período islâmico (séculos X-XIII) que se reserva o maior esplendor histórico do concelho de Aljezur, comprovado por escavações arqueológicas levadas a efeito quer no Castelo de Aljezur, na Ponta da Atalaia (Ribat da Arrifana), Ponta do Castelo – Carrapateira, na Igreja Nova – Aljezur ou em Alcaria.

Aljezur foi fundada no séc. X pelos Árabes, que permaneceram um longo período na região, deixando costumes e tradições que se mantiveram após a Reconquista Cristã e chegaram aos nossos dias.

A vila de Aljezur foi tomada aos mouros em 1249, reinado de D. Afonso III, sendo o herói deste feito o Mestre da Ordem de Santiago – D. Paio Peres Correia. Esta conquista deu-se ao romper da alva, com a ocupação do castelo que se encontrava sob domínio dos mouros. Os cristãos agradeceram à Virgem Maria o sucesso da conquista, e numa expansão da fé Nossa Senhora da Alva tornou-se a Padroeira de Aljezur, facto que ainda hoje é transmitido via oral, através da lenda da Conquista do Castelo.

A 12 de Novembro de 1280, D. Dinis concedeu Foral a Aljezur. Foi lavrado em Estremoz e foi a primeira Carta de Foral concedida por D. Dinis a uma terra algarvia. No dia 1 de Junho de 1504, D. Manuel reformou a Carta Diplomática de D. Dinis e concedeu novo Foral a Aljezur.

Todo o concelho sofreu uma enorme destruição com o terramoto de 1755. Afastando-se dos escombros da vila de Aljezur, o Bispo D. Francisco Gomes de Avelar, projectou e fez construir o templo da Igreja Nova ou de Nossa Senhora da Alva. O objectivo do Bispo era encontrar um local plano e arejado, que pudesse servir não só para a nova igreja, mas também para um novo aglomerado urbano, que posteriormente se passou a chamar de Igreja Nova.

Todavia, só nos finais do século XIX é que o projecto se concretizou, pois foi forte a resistência da população a esta mudança.

Praias: 40 km de costa para descobrir.

A costa, de mar normalmente revolto, oferece-nos inúmeras praias que convidam à descoberta dos seus encantos e recantos.

Longe do bulício de um Algarve mais a Sul, o concelho de Aljezur assume-se como um Algarve diferente, sendo as praias uma das suas grandes riquezas. Com um litoral com mais de 40 km de extensão, apresenta praias rodeadas pelo perfil serrilhado de altas arribas xistosas, ora prolongando-se terra adentro em dunas extensas (Amoreira, Monte Clérigo, Bordeira…), ora formando conchas ou extensões de areia dourada ladeadas por grandes rochas que se erguem na paisagem (Odeceixe, Vale dos Homens, Arrifana, Amado…).

Algumas das praias a visitar:

Odeceixe, Samouqueira, Barradinha, Vale dos Homens, Carriagem, Amoreira, Monte Clérigo, Arrifana, Vale Figueiras, Bordeira e Amado.

A Natureza: um dos litorais mais preservados da europa

Características ambientais únicas, uma orla costeira bastante preservada associada a uma elevada biodiversidade, motivaram a inclusão de cerca de metade da área do concelho de Aljezur na Rede Nacional de Áreas Protegidas (Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina) e de praticamente toda a área na rede europeia para a conservação da natureza – Natura 2000.

O concelho de Aljezur está também em grande destaque na eleição das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, conseguindo lugar na final para dois dos seus tesouros ambientais. Entre os 21 finalistas, o concelho de Aljezur encontra-se representado pelo Pontal da Carrapateira e pela área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (candidatura multi-concelhia, dinamizada pelo Município de Aljezur).

Sendo uma zona de interface mar-terra, de enorme valor geológico e também uma zona de contacto de várias regiões biogeográficas, é o palco para uma grande variedade de comunidades de aves, mamíferos, invertebrados, plantas e peixes Devido às suas particularidades ambientais é ainda o cenário para diferentes habitats, desde arribas escarpadas caindo sobre o mar, a praias de areia fina e zonas de charneca, sapais, estuários, nomeadamente os das ribeiras de Aljezur, de Seixe e da Carrapateira, lagoas e cursos de águas temporários.

Festival da Batata Doce Aljezur 2023: Celebrar a batata-doce Lira com sabores autênticos e cultura local.

O Festival da Batata Doce de Aljezur regressa para mais uma celebração dos sabores autênticos da região e da cultura local. Este evento, anual, acontecerá nos dias 24, 25 e 26 de novembro, no Espaço Multisuos na vila de Aljezur, no Algarve.

O Festival da Batata Doce de Aljezur é uma celebração muito aguardada pela comunidade e pelos visitantes, proporcionando uma oportunidade única para mergulhar na rica herança da batata-doce típica da região,

Venham explorar a sua versatilidade culinária e desfrutar das muitas atividades, para todas as idades, preparadas em especial para o festival.

Seguem algumas das atrações e atividades que poderão encontrar no Espaço Multiusos de Aljezur:

Restauração: Delicie-se com uma incrível variedade de pratos, quer tradicionais, quer mais inovadores, que vão homenagear a batata-doce lira.

Demonstrações Culinárias: Alguns chefs locais vão criar as receitas mais saborosas e criativas tendo a batata-doce como ingrediente principal.

Expositores: Artesãos locais vão apresentar os seus trabalhos exclusivos. Desde cerâmica, ao vestuário ou jóias serão muitos os produtos artesanais que trarão ainda mais cor ao espaço, nesta iniciativa de divulgação dos produtos genuínos da região.

Atividades para Crianças: Para as crianças vai ser disponibilizada muita diversão: jogos, pintura facial, modelagem de balões e muitas outras surpresas.

Concurso de Doces: Os confeiteiros locais mostrarão o seu talento na criação de uma sobremesa de batata-doce lira. O resultado final será alvo de avaliação por júri e devidamente premiada.

Programação Musical: O palco do festival ganhará vida com uma emocionante programação musical que contará com artistas locais e convidados especiais.

O Festival da Batata Doce de Aljezur é uma celebração da comunidade e uma homenagem aos agricultores e produtores locais, que desempenham um papel fundamental na preservação da herança cultural e culinária da região.

A Associação de Produtores de Batata-doce de Aljezur tem desempenhado um papel fundamental na promoção deste produto de qualidade, uma preocupação que se reflete tanto na ação da associação como do próprio município. O Festival é também o momento da celebração da variedade única “Lyra”, que contribui para a reputação da melhor batata-doce do mundo.

O evento decorrerá no Espaço Multiusos de Aljezur, uma infra-estrutura completa e desenhada para receber estes eventos, garantindo o conforto dos participantes.

Para informações detalhadas sobre o Festival da Batata Doce Aljezur 2023, incluindo horários de eventos, atrações específicas, visite o site oficial do festival em festival-batatadoce.cm-aljezur.pt.

Gastronomia: sabores do mar, do Campo e da Serra.

O concelho de Aljezur é rico em peixe (sargos, douradas, robalos…), em marisco (desde os ouriços às lapas, sem esquecer o mexilhão, as navalheiras, a lagosta e os tão apreciados percebes), em caça (coelhos, perdizes, javali…), bem como em produtos da terra (a afamada batata-doce, o feijão, a couve…).

As comidas associadas à matança do porco (feijão com batata-doce, feijão com couve, papas mouras com “piques”…) assumem grande relevância da gastronomia de Aljezur e podem ser apreciadas em diversos restaurantes. Os pratos confeccionados com base em produtos do mar, sempre frescos (arroz de mexilhão, feijoada de búzios; sargos, douradas ou robalos cozidos ou grelhados no carvão; percebes; mexilhão aberto na chapa; morcela frita…), são também um importantíssimo cartão de visita fazendo com que muitos se desloquem a Aljezur especificamente para os apreciarem.

Como sobremesa destacam-se os pastéis de batata-doce, o bolo de batata-doce e amêndoa, o inimitável pudim de batata-doce, e os fritos, cobertos com uma calda de mel da região. O amendoim, cultivado com grande expressão na freguesia de Rogil, é um aperitivo de excelente qualidade e pode acompanhar vinhos brancos, tintos e moscatéis produzidos a partir de uvas do concelho de Aljezur. Para digestivo, nada como uma aromática e tradicional aguardente de medronho.

Património Histórico: percurso pelo esplendor da memória.

Castelo – Monumento Nacional

A sua fundação é atribuída aos árabes no Séc. X, durante o período da ocupação muçulmana do Garb Al Andaluz. Escavações arqueológicas realizadas recentemente fizeram surgir elementos que permitem atribuir-lhe uma ocupação desde a Idade do Ferro. Embora tenha sofrido o desgaste do tempo, mantém a sua cerca de muralhas (séc. XIV) e duas torres. Sobre o Castelo de Aljezur contam-se algumas lendas, uma delas atribuí a sua tomada na madrugada de 24 de Junho de1249, razão pela qual a padroeira de Aljezur é Nossa Senhora d’Alva. Daqui desfruta-se de uma magnífica vista panorâmica: a nascente, a imensa várzea de Aljezur e a zona da Igreja Nova, e a poente, o Vale D. Sancho, onde outrora se cultivava o arroz.

Museu Municipal

Núcleo de Arqueologia

Apresenta importantes vestígios arqueológicos dos períodos Mirense (final da Idade Glaciária – 7000 anos a.C.), Neolítico Final/Calcolítico (3000-2500 anos a. C.) e Idade do Bronze (1200-900/800 anos a.C.). Interessante conjunto de cerâmicas muçulmanas provenientes do Castelo de Aljezur. Destaca-se ainda a Pedra de Armas com o Brasão da Ordem de Santiago, que se julga proveniente da antiga Igreja Matriz de Aljezur, destruída pelo terramoto de 1755.

Núcleo de Etnografia

Com a representação de um quarto e uma cozinha tradicionais, apresenta ainda um amplo espaço com um valioso espólio, onde constam peças da etnografia aljezurense, tais como: a charrua, a carroça e os arados, bem como diversos utensílios tradicionalmente utilizados no dia-a-dia.

Casa-Museu Pintor José Cercas

Do acervo da casa do pintor José Cercas (1914-1992), natural desta vila, constam peças de louças nacionais e estrangeiras, faianças, esculturas, arte sacra, valioso mobiliário de várias épocas, quadros e desenhos da sua autoria e outras pinturas de artistas nacionais.

Museu Antoniano

Construído no séc. XVII, foi inicialmente a capela de Santo António de Aljezur. Depois de 1809, passou a servir de habitação. Em 1998 foi aqui instalado o museu alusivo a Santo António. Possui imagens do santo, de diferentes épocas, quadros, gravuras antigas, livros, moedas e medalhas, estampas e outras curiosidades.

Igreja da Misericórdia

Propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Aljezur, a Igreja da Misericórdia foi edificada no século XVI. Ficou danificada pelo terramoto de 1755, tendo sido reconstruída no século XVIII. Possui um singelo portal renascentista, que ostenta a data de 1577. O seu interior é também de uma grande simplicidade, com uma só nave e um pequeno e simples arco triunfal (Renascença).

Museu de Arte Sacra Monsenhor Manuel Francisco Pardal

Anexo à Igreja da Misericórdia, é um museu de temática religiosa (Arte Sacra). Conta, na sua colecção, com o espólio da Misericórdia de Aljezur, da Paróquia de Nossa Senhora da Alva e com algumas ofertas e aquisições. O seu patrono é o ilustre aljezurense Monsenhor Cónego Manuel Francisco Pardal (1896/1979). As peças estão distribuídas por sete vitrinas de acordo com o Tempo Litúrgico da Igreja Católica: Advento, Natal, Tempo Comum, Quaresma e Semana Santa, Páscoa, Pentecostes e Tempo Comum. Merece destaque a primeira vitrina que contém objectos pessoais e outros, pertencentes ao patrono deste museu.

Fonte das Mentiras

Situada à beira do caminho, a oeste do cerro do castelo, é poeticamente um lugar de conjuntura arqueológica e histórica, e tema de variadas lendas. É que a fonte, defendem, através de uma passagem subterrânea, comunica com o castelo e ali se terá escondido uma bela moura, amada por um cristão, aquando da conquista da vila.